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Paul Bocuse, um mito da gastronomia francesa

Por Eleonora Ribeiro 24/05/2018

BocuseFaleceu em janeiro, aos 91 anos, o estrelado chef de cozinha Paul Bocuse. Uma lenda reconhecida internacionalmente, mas com o coração lionês. Sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, na qual serviu voluntariamente e foi gravemente ferido, Paul Bocuse vem de uma família de várias gerações de cozinheiros. Depois de estágios e trabalhos em muitos restaurantes, voltou para sua terra natal, Collonges-au-Mont-d’Or (perto de Lyon), e lá fundou L’Auberge du Pont de Collonges, onde foi ganhando cada uma das suas três preciosas estrelas Michelin. Comenta-se que ele passava 365 dias do ano no local, informação que ele corrigia com humor, dizendo que, em anos bissextos, eram 366 dias de trabalho. Em seu menu, quase não houve alterações nos pratos assinados por ele ao longo dos anos. Ceder à moda? Jamais, ele dizia que “só existe uma cozinha: a boa!”

“É preciso trabalhar como se fôssemos morrer aos 100 anos e viver como se fôssemos morrer no dia seguinte.” Com esse lema, foi escolhido “Cozinheiro do século”, pelo guia Gault et Millau, “Papa da cozinha” e “Chef do século”, pelo The Culinary Intitute of America. Com talento também para as finanças, já nos anos 80, assinou um contrato para explorar os restaurantes do pavilhão francês da Disney, na Flórida. Negócios no exterior são muitos, e em 1987 criou o Bocuse d’Or, concurso mundial de culinária, para logo em seguida abrir a Fundação Paul Bocuse, onde transmite seu savoir-faire. Em Lyon, fundou também seu restaurante-escola. Nos anos 90, decidiu abrir diversas brasseries (restaurantes menos sofisticados).

Sua vida pessoal virou manchete quando, em 2005, revelou em sua biografia ser adepto da poligamia. Três mulheres, filhos com cada uma delas e, como ele costumava brincar, 135 anos de vida de casado, somando o tempo com cada uma. Sua vida sentimental pareceu muito bem resolvida, mas problemas de saúde o forçaram a passar por uma operação cardíaca e depois começou a sofrer do mal de Parkinson.

Para quem tem viagem marcada para a França, saindo de Paris, com uma passagem de trem (TGV), em duas horas, chega-se a Lyon. Dentre as opções Bocuse, há o Mercado de comidas Les Halles de Lyon Paul Bocuse. Para uma experiência gastronômica com o toque do chefe tão famoso, existem também as Brasseries, que são modernas, mais descontraídas e certamente mais acessíveis que o restaurante estrelado. Cada uma das quatro representa uma região da França: Le Nord, Le Sud, L’Ouest, e L’Est (norte, sul, leste e oeste).

Paul Bocuse, o midiático e polêmico chef, mas sobretudo um grande talento que marcou para sempre a história da gastronomia mundial.

 

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