Comportamento

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Momento da humanidade

Por Sandra Helena dos Santos 11/05/2019

Estamos nesse momento da humanidade vivendo um grande problema de sanidade coletiva que atinge diretamente nossos filhos. Eles estão com seus potenciais emocionais comprometidos.

Nos últimos 10 anos estatísticas provam que nossos filhos passam por doenças psíquicas e viu-se que uma em cada dez crianças apresenta aumento no TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade e impulsividade), um aumento de 37% na depressão também foi observado, causando prejuízos a si mesmos e aos outros. Isso sem falar na taxa devastadora de suicídios infanto-juvenis. Será que não estamos fazendo algo errado enquanto pais e educadores e se isso acontece é urgente falarmos bem alto para que todos possam escutar. Como tenho espaço neste veículo de comunicação, que traz matérias relativas ao bom e ao belo, não posso e nem devo me colocar negligente a tudo isso e peço junto a cada uma dessas crianças SOCORRO!!!

As crianças estão sendo literalmente privadas dos conceitos básicos de uma infância saudável que promove o contato real com os seres humanos, incluindo seus próprios pais. Esses, por sua vez, dificilmente se colocam verdadeiramente disponíveis para estar com essas crianças devotando a elas tempo de qualidade e até limites para que consigam viver as frustrações tão necessárias para qualquer ser humano, principalmente quando se tornam adultos. Essas mesmas crianças não conseguem entender e transformar as dores de uma frustração em um estímulo positivo para as conquistas futuras de uma vida saudável, preferem por vezes se ferirem causando ao físico uma falsa sensação que supera a dor emocional.

Eu particularmente acredito que exista a possibilidade de reversão deste quadro, que mais parece um triste filme, desde que possamos assumir uma nova ou velha postura de falar com essas crianças dando limites definidos e não mais toda essa violência, responsabilidades assumidas, alimentação com a família pelo menos uma vez ao dia, para que compreendam a importância e o valor dessa instituição e de preferência com seus smartphones com uma distância saudável.

Os pais se enganam quando pensam que seus filhos querem liberdade total, porque o que eles querem é o amor trocado, é a bronca na hora certa, que se estabeleçam as regras e o sentido de pertencimento de uma instituição de amor que olha e vê quem eles são e do que precisam. Crianças influenciadas por redes sociais e jogos eletrônicos que fazem as vezes de babá, super estimulando seus cérebros, não permitindo ao menos que vivenciem o estado do tedioso mas valioso vazio.

Perdoe-me a indignação deste texto, mas devo confessar que nenhuma pequena ou grande chamada mais firme de minha mãe enquanto pequena fez de mim uma mulher com vontade de me tornar uma agressora da vida e sim conhecer a força que habita em cada célula de meu corpo.

Então, se querem que nossas crianças se tornem indivíduos saudáveis, voltem para o simples. Voltem ao convívio básico, como estar perto, mesmo que no silêncio, joguem bola no quintal de casa, digam boa noite com um beijo e perguntem como foi o dia na escola e, se possível, até fazendo a lição de casa, deixem seus aparelhos de celular descansarem e encham seus corações no melhor da partilha, e lembrem-se sempre… você é o maior exemplo que essas crianças tem a seguir e, por isso, fique atento. São as ações simples que farão desses seres que amamos pessoas respeitáveis e que respeitam, com maior compreensão das necessidades do outro e mais felizes. Eu não estou afirmando que estarão isentos de possíveis problemas, mas provavelmente carregarão em sua bagagem emocional a condição de humanos que foram criados e educados para serem homens e mulheres de bem.

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