França e Portugal, bons vizinhos europeus

Por Eleonora Ribeiro 13/02/2019

A presença de portugueses em território francês é antiga, inclusive muitos artistas se exilaram na França no século 19. No século seguinte, a mobilização militar de milhões de homens e as necessidades econômicas do contexto de guerra provocaram uma importante corrente migratória. As autoridades francesas recrutaram  trabalhadores estrangeiros e muitos deles ficaram e se estabeleceram na França após os conflitos. Os portugueses, em sua maioria brancos e cristãos, foram facilmente assimilados. Além disso, sempre foram considerados trabalhadores sérios. Nos anos 60/70, muitos foram para a França para fugir da ditatura em Portugal. Atualmente, há quase duas milhões de pessoas de origem portuguesa vivendo em território francês, fazendo de Paris a “terceira cidade portuguesa” do mundo, depois de Lisboa e Porto, com uma comunidade estimada em 400 mil pessoas.

A geração de lusitanos nascidos entre os anos 60 e 80 e escolarizados em terras francesas já estão inseridos no mercado de trabalho há algum tempo e bem integrados à cultura. As raízes portuguesas, no entanto, estão longe de serem esquecidas. Além de escutarem as rádios e assistirem aos canais de televisão portugueses, Portugal é o destino de férias para reencontrar a família e mostrar o país de origem aos filhos nascidos na França. Além do lado emocional, Portugal possui uma conotação positiva, sendo associado ao sol, calor, à praia.

E o contrário também tem funcionado: os franceses são a oitava mais importante comunidade estrangeira em Portugal. Os destinos mais procurados são Lisboa e a região do Algarve. Além do clima e da segurança,  há vantagens fiscais, principalmente para os aposentados. Economicamente, Portugal retomou sua força econômica, diminuiu sua taxa de desemprego e os empresários franceses aproveitam para unir o útil ao agradável e aproveitar a inegável qualidade de vida. Outro fato impressionante é o conhecimento de línguas estrangeiras por parte dos portugueses. Não é difícil encontrar quem fale inglês e francês fluentemente, principalmente entre os jovens.

 

E por fim, o vinho nacional é excelente em ambos os lados da fronteira!