Exercício físico e depressão – Um forte aliado

Por Vanessa Bello Monte 10/09/2018

O assunto da vez é algo muito falado e discutido por todas as áreas da saúde, afinal, abrange um número cada vez maior de pessoas de todas as idades e não se assustem, mas o índice de crianças e adolescentes doentes também não pára de crescer. As causas associadas vêm de vários fatores como: biológicos, genéticos, histórico familiar, violência doméstica e comunitária, além da estrutura familiar.
Quando falamos de nível global, o índice assusta ainda mais: são 300 milhões de pessoas afetadas pela depressão (4,4% da população mundial) de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015. Segundo a OMS, a depressão é a maior contribuinte da incapacidade para a atividade produtiva, além de ser a maior causa de morte por suicídio, que chega a 800 mil por ano.
Esse problema vem de aluns anos atrás, quando a evolução da tecnologia ultrapassou barreiras a ponto das pessoas deixarem cada vez mais em segundo plano uma rotina de atividades e exercícios físicos. Tudo isso e vários outros fatores fizeram com que conflitos emocionais se tornassem cada vez mais fortes e mais presentes, atingindo todas as faixas etárias.

A depressão não apresenta uma causa única, mas sim uma união de eventos. Porém, seja qual for a causa, a depressão não constitui apenas um “estado da mente”, ela se relaciona com alterações físicas no cérebro e com desequilíbrio químico dos neurotransmissores.

FATOR IMPORTANTE: mulheres tendem a ficar 2x mais deprimidas do que os homens. Em parte, por conta das alterações hormonais (puberdade, menstruação, gravidez e menopausa), mas os homens são mais difíceis de serem diagnosticados, pois procuram menos ajuda, além de normalmente mascararem ossintomas por trás de momentos de raiva, abuso de álcool ou drogas.

SINAIS E SINTOMAS COMUNS DA DEPRESSÃO:

1. Ausência de prazer / sensação de alegria
2. Perda de energia
3. Sentimento de inutilidade
4. Dificuldade de concentração
5. Dificuldade em tomar decisões
6. Insônia ou sono excessivo

7. Dor estomacal ou problemas digestivos
8. Impulso sexual diminuído
9. Sofrimento e dores (dor de cabeça constante)
10. Mudança no apetite (perda ou ganho de peso)
11. Ideia de morte ou suicidio
12. Tentativa de suicídio

DEPRESSÃO E EXERCÍCIO FÍSICO

De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention, “a inatividade física é uma das principais causas subjacentes de mortalidade prematura nos EUA”. Segundo esse mesmo relatório, a vida sedentária causa cerca de 33% das mortes por doenças coronarianas, câncer de cólon, diabetes tipo II, etc. Mas quando se fala de se ter um aumento coletivo de atividade física regular, todos esses índices poderiam cair em 2/3 a taxa de mortes prematuras devido a essas doenças.

BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA REGULAR NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO:

1. Melhora do condicionamento físico
2. Diminuição da perda de massa óssea e muscular
3. Aumento de força, coordenação e equilíbrio
4. Redução da incapacidade funcional, intensidade de pensamentos negativos e de doenças físicas
5. Promoção da melhora do bem-estar e do humor
6. Aumento da produção de serotonina e outros hormônios que promovem o bem-estar

Levando em consideração o lado psicológico, outros elementos podem atuar de forma terapêutica: atividade em grupo ou individual, encontro social, mudanças comportamentais, distanciamento de ideias negativas, aumento da auto-estima, diminuição do estresse, etc. Conclui-se então, que o exercício físico como alternativa não farmacológica é um importante aliado no tratamento de transtornos mentais por promover alívio de sintomas desagradáveis, mudanças de atitudes e modificações no estilo de vida, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.
Vale ressaltar que o exercício aeróbico é o mais indicado, por conta de estar relacionado com aspectos sociais, comportamentais, psicológicos e fisiológicos, sem nos esquecermos de mencionar o Pilates, que com suas técnicas focadas na respiração e na consciência corporal, através de um treino mais centrado, faz com que o foco seja apenas o exercício e não os problemas do “lado de fora”.