Comportamento

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Paradoxal Ironia

Por Clara Monforte 29/06/2014

Diz a música… “A vida é mesmo assim… Dia e noite… Não e sim…” (Lulu Santos/Nelson Motta). Tudo é contraditório e o que, por vezes, nos parece mal, é um bem, e o que, à primeira vista, simboliza o bem, torna-se ruim. Como saber, num primeiro momento, distinguir?

Esta é a pergunta. Com certeza, a única resposta é: “impossível”. Isso, sim, é coerente. Concluir, pelo bem ou pelo mal, somente o tempo determinará.

Com a tecnologia, não acontece diferente! E é sobre isso que eu quero falar. Com o avanço nas redes sociais, foi estabelecido um verdadeiro disparate de dicotomias. Assim: Facebook, Twitter, LinkedIn, e-mails… sem contar com WhatsApp, Instagram, mensagens instantâneas e… vai por aí afora, deram fim à noção “tempo e espaço”, anteriormente, tão respeitados.

Isso é fato, todos esses meios nos aproximaram das pessoas mais distantes, mundo além!

Aqueles conhecidos e desconhecidos que, por motivo ou outro, quiseram “pelo menos, trocar algumas palavras” e,
com apenas uma pequena “clicada”, numa minúscula tecla, conseguiram, são aceitas e chamadas de “amigas”. Incrível
a rapidez com que fazemos amizades!?!?! Essa é a tônica.

E como fica, então, o outro lado da moeda? Aquilo que trato aqui como paradoxal… o afastamento das pessoas mais próximas. Ah, quanta saudade, pelo amor de Deus, sem saudosismo! Mera observação de como nossas relações estão superficiais.

Os olhos são mais do que sabidamente o espelho da alma, no entanto, as facilidades nos meios de comunicação eletrônicos rouba a oportunidade dos diálogos olhando nos olhos, sentindo o que o outro quer dizer, sem mesmo precisar falar.

A voz que é outro ponto tão marcante, que dependendo da entonação pode dizer coisas tão diferentes, também não é mais ouvida. As máquinas não olham e também não falam!

Para que escrever um bilhete ou a tão esquecida “carta de amor”, se digitar é tão mais ligeiro? Dos teclados, apenas eram emitidos belos e inconfundíveis sons musicais, tal e qual os de um piano. Agora, os teclados conduzem a humanidade a muitos outros destinos. É a era dos relacionamentos virtuais!!!

Namoros, noivados, beijos e mais beijos, juras de amor eterno e os apaixonados internautas chegam aos casamentos!!! Daí, vêm os filhos na vida real, pelo menos por enquanto, só que as crianças já nascem sabendo clicar todas as teclinhas que os levará facilmente as mais inimagináveis viagens tecnológicas… Melhor que muitos adultos, certamente.

Não quero levantar nenhuma bandeira contra as redes sociais, apenas, deixar registrado o momento que estamos vivendo, com uma pergunta no ar, para quem sabe, num futuro próximo, sabermos responder: E AGORA???

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