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Seu tipo de pele não importa tanto quanto você imagina

Por Redação 12/02/2021

Muito além da pele ser mista, seca ou oleosa.

Fatores como genética, fototipo, etnia, pH e até mesmo os microrganismos que vivem na superfície do tecido cutâneo devem ser levados em consideração na hora de decidir qual a melhor abordagem para o tratamento da sua pele.

Pele oleosa, mista, seca ou normal… logo que começamos a nos aventurar pelo mundo dos cuidados com a pele somos encaixados em uma dessas categorias, que dizem respeito à relação entre água e óleo de cada tipo de pele. Porém, ao contrário do que muitos acreditam, basear-se apenas nessa característica para escolher seus cosméticos e montar uma rotina skincare pode ser um verdadeiro engano. “Primeiro porque, geralmente, as pessoas tentam descobrir o tipo de pele em casa ao invés de consultarem um médico, o que leva a diagnósticos incorretos que podem colocar a saúde do tecido cutâneo em risco. Por exemplo, é muito comum que as pessoas acreditem possuir pele oleosa simplesmente por apresentarem espinhas quando, na verdade, possuem a pele seca e, na tentativa de controlar a oleosidade por meio da utilização de ativos seborreguladores, acabam ressecando ainda mais a pele”, alerta a Dra. Roberta Padovan, médica pós-graduada em Dermatologia e Medicina Estética. “Além disso, com os avanços das pesquisas na área dermatológica, nós estamos aprendendo sobre novas formas de funcionamento da pele que devem ser levados em consideração na hora da escolha dos cosméticos”, destaca.

Por exemplo, hoje sabemos que a pele de cada pessoa possui uma “impressão digital” única conhecida como microbiota cutânea. “A microbiota consiste em um conjunto de microrganismos variável de indivíduo para indivíduo que colonizam a superfície da pele, criando um ecossistema responsável por inúmeras funções, como controlar a proliferação de agentes patógenos, modular a resposta imunológica e auxiliar na manutenção da barreira”, afirma a especialista. Ou seja, a microbiota cutânea é parte integrante da saúde da pele, sendo assim tão importante na hora da rotina skincare quanto o tipo de pele. “E cuidar da microbiota da pele é especialmente importante, pois esse ecossistema delicado sofre constantes agressões que prejudicam seu equilíbrio, resultando em ressecamento, inflamação, estresse e sensibilidade, além de favorecer a instalação, proliferação e fortalecimento de bactérias que podem causar doenças de pele”.

Outro fator que deve ser levado em consideração quando o assunto é cuidado com a pele é o pH do tecido cutâneo. “Quando somos mais jovens, o pH da pele é mais ácido e, conforme envelhecemos, se torna mais básico, ativando enzimas que promovem a quebra das fibras de colágenos, o que favorece o surgimento de rugas e flacidez”, diz a Dra. Roberta. “Porém, uma série de outros fatores, como uso de maquiagem e até mesmo o suor, podem tornar o pH da pele mais básico, ativando essas enzimas precocemente. Por isso, é importante sabermos o pH da pele para, se necessário, normalizá-lo através da rotina skincare, inativando assim essas enzimas destruidoras do colágeno e prevenindo o envelhecimento precoce”.

Até mesmo o fototipo e a etnia do paciente devem ser levados em consideração para um tratamento eficiente da pele, afinal, são fatores que tornam nossa pele única. “Por exemplo, pessoas de fototipos mais altos são mais propensas a sofrerem com hiperpigmentação. Saber disso é importante para que sejam incorporados cosméticos clareadores e calmantes na rotina skincare, ajudando assim no combate às manchas e inflamações. Já caso sua pele seja mais fina, como é o caso dos asiáticos, o ideal é investir em produtos calmantes e altamente hidratantes para prevenir o ressecamento e a hipersensibilidade do tecido”, recomenda a médica.

Como se não bastasse, até mesmo o nosso material genético pode influenciar a pele. “Todos nós somos resultados da interação dos nossos genes com fatores ambientais. O nosso estilo de vida, nossa alimentação, nível de atividade física e nível de estresse modulam a nossa suscetibilidade genética a desenvolver doenças e alterações, inclusive de pele. Mas sabemos que qualquer suscetibilidade genética pode ser amenizada com hábitos saudáveis, principalmente uma alimentação adequada e personalizada com base no nosso Genótipo, e no caso da pele, uma rotina skincare com produtos altamente personalizados, que permitem uma melhor estimativa das nossas necessidades individuais”, afirma o geneticista Dr. Marcelo Sady, Pós-Doutor em Genética e diretor geral da Multigene. É por isso que cresce no mundo inteiro a ideia da personalização dos cremes baseada no DNA, o que pode ser feito a partir dos resultados de testes genéticos.

E, além das características intrínsecas, a pele ainda pode sofrer alterações de textura e aparência devido a fatores como alterações hormonais, alimentação, uso de medicamentos e até mudanças de estação, o que exige que os cuidados com a pele sejam adaptados conforme o necessário. “Peles oleosas, por exemplo, tendem a tornar-se mais ressecadas durante as estações mais frias, como outono e inverno, passando então a necessitar de mais hidratação”, destaca a especialista. Outro fator que possui grande influência sobre as alterações que ocorrem no tecido cutâneo e precisam ser tratadas é o processo natural de envelhecimento da pele. “Conforme envelhecemos ocorre a quebra das fibras de colágeno e elastina, que dão sustentação à pele, e uma diminuição na produção de oleosidade pelas glândulas sebáceas, além da reabsorção dos compartimentos de gordura do rosto. Como resultado, a pele torna-se mais ressecada, fina, flácida e sem brilho e passa a necessitar de cuidados redobrados”.

Ou seja, todos esses fatores, e não apenas o tipo de pele, precisam ser levados em consideração na hora de decidir quais produtos você vai usar. Mas é claro que é impossível descobrir sozinho todas as características que influenciam sua pele. Justamente por esse motivo que as consultas regulares ao dermatologista são tão importantes. “Apenas o profissional especializado poderá, após uma avaliação profunda de sua pele, indicar a rotina de cuidados mais adequada para você, evitando assim uma série de problemas que podem surgir devido ao uso inadequado de produtos dermocosméticos”, finaliza a Dra. Roberta Padovan.

FONTES: DRA. ROBERTA PADOVAN – Médica Pós-graduada em Dermatologia. Graduada em Medicina pela Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) e especialista em Medicina Estética e Dermatologia pela INCISA.   www.robertapadovan.com.br

DR. MARCELO SADY:Pós-doutor em genética com foco em genética toxicológica e humana pela UNESP- Botucatu, o Dr. Marcelo Sady possui mais de 20 anos de experiência na área. Speaker, diretor Geral e Consultor Científico da Multigene, empresa especializada em análise genética e exames de genotipagem, o especialista é professor, orientador e palestrante.

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