Colunista

Dr. Rodrigo Achilles

Cirurgião Plástico. Membro titular da Sociedade de Cirurgia Plástica. CRM 88011.

Na cirurgia plástica nem tudo é como gostaríamos que fosse

Dr. Rodrigo Achilles 14/05/2018

grande maioria dos médicos dedica uma grande parte da sua vida à medicina. Comigo não foi diferente. Depois de 22 anos de formado, aprendi a respeitar seus limites, suas conquistas e seus anseios. No consultório de um cirurgião plástico escutamos todos os dias as queixas das pacientes sobre a forma ou o tamanho das mamas, do abdome, do nariz, das gorduras localizadas entre outras coisas. Depois de muita conversa, é preciso entender que existem algumas coisas que limitam o resultado de uma cirurgia, e isso não dependem da vontade do paciente ou do cirurgião plástico. Algumas delas inclusive que podem contra indicar uma cirurgia. Vamos à alguns exemplos. Se a camada de gordura que cobre nosso corpo for espessa, for grossa, ela vai esconder a forma. Uma mama nunca vai ter uma forma arredondada e mais firme se tiver uma boa camada de gordura ao seu redor. Por isso muitos cirurgiões pedem para a paciente perder peso antes da cirurgia para melhorar o resultado. Outro exemplo: se a pele de uma paciente é flácida, é porque tem pouco colágeno ou pouca elastina e mesmo removendo o excesso de pele, no caso de uma abdominoplastia ou de uma mamoplastia, ela vai continuar com a mesma característica que era antes da cirurgia. A cirurgia consegue mudar a forma, mas não as características da pele, que vai envelhecendo com o passar do tempo, exposição ao sol, e a qualidade de vida que esta paciente tem. Os exercícios físicos não mudam as características da pele, eles apenas definem e aumenta os músculos, que podem esticar a pele, só isso. Por último: a assimetria do nosso corpo é natural. Não existe nenhuma simetria em nenhuma parte do nosso corpo. É claro que durante as cirurgias todos os cirurgiões buscam deixar a área operada mais simétrica possível. Mas simetrizar 100% é impossível. Entendam isso com naturalidade, porque as coisas são assim. Um padre jesuíta, lá em 1647, chamado Baltazar Graciàn y Morales escreveu um artigo no livro “A Arte da Prudência”, que fala sobre os cuidados que devemos ter sobre a expectativa, ele diz o seguinte: “Nunca o verdadeiro pôde alcançar o imaginado, porque fingir perfeições é fácil; difícil é consegui-las. A imaginação com o desejo concebe sempre muito mais do que as coisas realmente são. Por maiores que sejam as excelências, isso não basta para satisfazer a uma elevada expectativa, onde é mais rápido o desengano que a admiração.” É isso, procure entender bem deste assunto, converse bastante com seu cirurgião para saber até onde podemos ir com segurança e para não se frustrar com o uma expectativa que pode não ser possível de alcançar.

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