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Hoje é Dia Mundial da Obesidade

Por Redação 04/03/2024

Muitos pacientes relatam dificuldades em emagrecer, pois não conseguem se movimentar em razão de dores no joelho. O sobrepeso é altamente maléfica para a articulação.

Excesso de gordura corporal provoca inflamação em diversos órgãos e favorece problemas nas articulações, principalmente no joelho.
* Com as dores dos joelhos, pacientes com obesidade não conseguem ter a ajuda da atividade física para perder peso.
* Dieta e medicamentos são indicados para ajudar a diminuir o peso e a inflamação nas articulações, ajudando o paciente a ingressar na atividade física para manutenção da massa magra. 

Quanto maior os adipócitos (células de gordura), maior a inflamação. Essa é uma frase que a endocrinologista Dra. Deborah Beranger, pós-graduada em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) e com cursos de Obesidade pela Harvard Medical School, costuma repetir aos pacientes. “Essa inflamação acomete os órgãos como coração, rins e fígado, mas também é altamente danosa para as articulações. Por esse motivo, muitos pacientes portadores de obesidade sentem dificuldade em se movimentar adequadamente e, por isso, acreditam que não conseguirão emagrecer”, explica a endocrinologista. O ortopedista Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), concorda: a obesidade e o sobrepeso são apontados como grandes causas do desgaste e degeneração das articulações, por causar um trauma repetitivo no joelho por conta da ‘sobrecarga’. “Mas não é só essa explicação para a obesidade ser maléfica para as articulações: um estudo recente descobriu que ela muda o ambiente dentro das articulações das pessoas, promovendo condições pró-inflamatórias que pioram a artrite. Os pesquisadores descobriram que células específicas no tecido de revestimento articular (sinóvia) de pacientes com osteoartrite estão sendo alteradas devido a fatores associados à obesidade”, explica o ortopedista.

A Organização Mundial da Saúde tem alertado que a prevalência de obesidade triplicou em todo o mundo desde 1975. No Brasil, a doença crônica afeta quase 1/4 da população, mas o sobrepeso acomete quase seis em cada 10 brasileiros. “Isso significa predizer que teremos uma ‘epidemia’ ainda maior de artrose nos joelhos”, diz o médico.

A causa da dor nos joelhos por excesso de peso corporal é bem estabelecida na literatura científica. “O tecido adiposo que foi metabolicamente alterado pela obesidade libera proteínas chamadas citocinas e adipocinas, que são conhecidas por promover a inflamação em todo o corpo. Esse estudo mostrou que a obesidade também altera o ambiente dentro da própria articulação, deixando as células na articulação vulneráveis a serem ‘transformadas’ naquelas que promovem a inflamação”, acrescenta o médico. “Assim, a obesidade poderia promover o tipo de inflamação destrutiva nas articulações que vai muito além do esperado pelo desgaste, pois acontece mesmo em articulações que não suportam peso, como as mãos”, diz o médico.

Mas afinal, como emagrecer nessas situações? “Quando o sobrepeso inviabiliza o paciente a praticar atividade física no caso de grande sobrecarga osteoarticular, o tratamento do excesso de peso deve se iniciar com uma mudança alimentar, muitas vezes com ajuda de medicamentos. Uma dieta bem elaborada e a medicação podem, progressivamente, levar a uma perda de peso que melhorará a articulação e, em um estágio mais à frente, esse paciente poderá começar a praticar exercícios”, diz a Dra. Deborah. “O tratamento da obesidade fundamenta-se nas intervenções para modificação do estilo de vida, na orientação dietoterápica, no aumento da atividade física quando possível e em mudanças comportamentais. No entanto, o percentual de pacientes que não obtêm resultados satisfatórios com medidas conservadoras é alto”, explica a Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Nesses casos, os medicamentos são indicados: “Eles podem facilitar a adoção dos novos hábitos alimentares e também são recomendados para os casos de muita dificuldade para controle da ingesta alimentar ou para tratar as queixas periféricas decorrentes do tratamento de emagrecimento”, acrescenta a Dra. Marcella.

Segundo a Dra. Deborah, o medicamento e as refeições equilibradas servem, nestes casos, para tirar o corpo do círculo vicioso. “A diminuição do peso terá como consequência o alívio da dor. Indicamos, em seguida, iniciar a prática de exercícios físicos, que podem ser de baixo impacto, como natação ou hidroginástica”, explica a endocrinologista.

Segundo o Dr. Marcos, é importante a inclusão da atividade física, uma vez que a articulação foi desenvolvida para estar em movimento. “Pessoas com sobrepeso ou obesidade podem se beneficiar de uma diminuição no peso corporal para prevenir ou retardar os defeitos estruturais na osteoartrite do joelho”, explica. A musculação pode vir depois, para fortalecer as articulações. “Os exercícios de força resistida, tipo musculação e os treinos funcionais, que aliam exercícios de força e aeróbicos, têm como objetivo aumentar ou preservar a massa muscular e deste modo manter a taxa metabólica basal e gasto energético dentro do esperado para a composição corporal. Deste modo melhoram o controle glicêmico e de outras alterações metabólicas como obesidade, dislipidemias, e hipertensão”, diz a Dra. Marcella. “Devemos primeiro ter como meta o controle ou adequação de peso, evitando o excesso de peso. E em segundo lugar a manutenção da massa magra ou musculatura que tem como efeito secundário a proteção das articulações. Assim, além dos exercícios físicos, devemos privilegiar a ingestão de proteínas e uma correta hidratação. Tudo isso será benéfico para os joelhos e saúde metabólica”, finaliza o Dr. Marcos.

FONTES:

*DRA. DEBORAH BERANGEREndocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) e pós-graduação em Terapia Intensiva na Faculdade Redentor/AMIB. Com cursos de extensão em Obesidade, Transtornos Alimentares e Transgêneros pela Harvard Medical School, a médica tem MBAs de Saúde e Qualidade de Vida, de Marketing e Branding Médico e de Mindset, todos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e curso de Obesidade e de imersão em Medicina Culinária pela Universidade de Campinas (UNICAMP). Fez Fellowship pela European Association for the Study of Obesity, em Portugal; é speaker dos laboratórios Servier, Novo Nordisk, Novartis, Merck, AstraZeneca, Lilly e Boehringer. Instagram: @deborahberanger

*DRA. MARCELLA GARCEZMédica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez

*DR. MARCOS CORTELAZOOrtopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva. Graduado em Medicina e pós-graduado em Ortopedia e Traumatologia pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o Dr. Marcos Cortelazo é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Latino-americana de Artroscopia, Joelho e Esporte (SLARD) e da Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina do Esporte (ISAKOS). Sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Brasileira de Artroscopia, o especialista integra o corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Oswaldo Cruz. CRM 76316 Instagram: @dr.marcos_cortelazo

 

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