Comportamento

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Fui por aí…

Por 17/10/2013

 

 

 

 

 

por: Clara Monforte

“Se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí, levando meu violão embaixo do braço…”.
Coragem ou covardia sair e não voltar?

Lembram daquele dito popular “ele foi comprar cigarro…”, só que não voltou? Esta semana, encontrei com uma pessoa no Centro de Atibaia, onde estive para, tranquilamente, fazer umas comprinhas de pedras, rendas, cola e etc., para fazer artesanato. Nada melhor do que relaxar, num local tranquilo, porém, estimulante a criar e produzir. Há quem prefira ficar horas na internet, twittando ou no Face para passar o tempo.

Não gosto, e embora não tenha nada a ver com essa preferência (quem sou eu para julgar?) prefiro fazer algo e ver o resultado. Faço peças artesanais, que enfeitem os menores cantinhos onde estão as maiores lembranças.

Voltando, então, à tarde no Centro de Atibaia. Encontrei com um jovem homem, amigo da família, que, surpreso em me rever, cumprimentou-me efusivamente e, sem que eu nada perguntasse, passou a desfiar os últimos dias de sua vida. Não nos falávamos de há muito.

Disse-me Pedro: “Clara, você acredita que a Joana sumiu?”. Assustada, respondi de imediato: “Como? Quando? Para onde?”. Talvez eu não tenha sido hábil e devesse perguntar uma coisa de cada vez. Agora, pensem comigo, caros leitores, vocês não agiriam igual? Com a revelação de Pedro, a sensação foi de sair da paz e entrar na guerra. Não exagero, porque a saída estratégica e repentina da mulher, que abdica, sobretudo de três filhos pequenos, considerando que o casal vivia, “aparentemente”, em lua de mel, é o mesmo que partir para a luta… Psicológica, emocional e judicial.

Conversa vai, conversa vem, o quadro que pintou era de harmonia conjugal, até Joana partir. Pedro nem imagina para onde. Como sou crédula de que até uma conversa informal não é por acaso, quedei-me a pensar, afinal, numa troca de ideias, aprende-se o que fazer, ou ao que não fazer…
O que levaria uma mulher a abandonar tudo da noite para o dia? Outro amor? Saturação? Desespero? Solidão (embora acompanhada)? Afazeres em excesso (90% das atribuições sobram
para a mulher)? Sinceramente, não sei mesmo.

Foram inúmeras as vezes que tive conhecimento de homens que “saem para comprar cigarro” e se foram para sempre. Agora, Joana, cheia de predicados, convicta como mãe e dona de casa, assistente social por formação, esposa de dia e amante à noite… sinceramente não sei. Uma coisa descobri em Joana que eu não conhecia – excessiva coragem. Covardes são os que recusam a sua própria vida e nela dão fim. Coragem é seguir novos caminhos, ultrapassar preconceitos, buscar a vida que julgava ter perdido e acreditar na vitória. Consiga, ou não, alcançar. Assim é a vida – certo, ou errado, prosseguir sempre!

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