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Fitoterápicos funcionam?

Por Redação 17/03/2023

Fitoterapia é considerada um recurso de prevenção e tratamento de doenças através de plantas medicinais. Suplementos alimentares também podem conter substâncias bioativas das plantas

As plantas realmente têm poder para auxiliar no combate às doenças? A história da Fitoterapia, um recurso de prevenção e tratamento de doenças através de plantas medicinais, se confunde com a história da Medicina, pois até o início do século XX, os medicamentos eram produzidos, basicamente, a partir de plantas medicinais. “Segundo a ANVISA, as plantas medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e têm tradição de uso como remédio em uma população ou comunidade. Podem ser utilizadas na forma de chás e infusões, mas quando a planta medicinal é industrializada para se obter um extrato, tem-se como resultado o medicamento fitoterápico. O processo de industrialização evita contaminações por microrganismos e substâncias estranhas, além de padronizar a quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e Membro da Associação Brasileira de Fitoterapia. Segundo a médica, os fitoterápicos têm ganhado atenção e relevância mundial por diversas questões, como a preferência por terapias naturais, efeitos colaterais indesejáveis das drogas sintéticas, interesse crescente em medicina complementar e preventiva, benefícios em doenças com terapias convencionais ineficazes, melhor qualidade e segurança dos medicamentos fitoterápicos, elevado custo dos medicamentos sintéticos e tendência à automedicação.

A médica nutróloga Dra. Marcella explica que os fitoterápicos costumam ser indicados na prevenção e tratamento complementar de doenças crônicas metabólicas, vasculares, inflamatórias, psicossomáticas, digestivas e inflamatórias. Para saber como um fitoterápico funciona, é necessário entender que essas plantas medicinais contam muitas vezes com mais de um princípio ativo. “Essa é a substância ou grupo de substâncias, quimicamente caracterizadas, cuja ação farmacológica é reconhecida e responsável, total ou parcialmente, pelos efeitos terapêuticos do medicamento fitoterápico”, diz a Dra. Marcella Garcez. “O medicamento fitoterápico é obtido por processos tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico”, completa a médica. Ele também pode ser preparado em farmácias magistrais, atendendo a uma prescrição, que estabelece sua composição, forma farmacêutica, posologia e modo de usar. Quando industrializado, o medicamento é pode ser encontrado na forma de cápsulas, comprimidos, cremes, xaropes e óleos essenciais, enquanto nas farmácias de manipulação pode ser oferecido em cápsulas, gomas, pastilhas sublinguais, caldas e soluções, sopas e shakes e, também, em chocolates funcionais.

Para aumentar a potência terapêutica, facilitar a administração e absorção, é possível apostar nas associações, segundo a médica. “Com essa associação de plantas medicinais, conseguimos abranger o conjunto de sinais e sintomas e reduzir a toxicidade. A ideia é criar um fitocomplexo, um sistema que gera uma mistura de moléculas bioativas, que resulta em efeito sinérgico entre elas. Com esse sinergismo, há menos ocorrência de efeitos adversos”, diz a médica.

Na Relação Nacional de Medicamentos do SUS, há conhecidas plantas medicinais, entre elas algumas que necessitam de prescrição médica e não devem ser consumidas sem diagnóstico e orientação médica. “As pessoas devem entender que apesar de os fitoterápicos apresentarem efeitos mais suaves, a maioria deles são medicamentos e como qualquer medicamento, só deveriam ser consumidos após avaliação diagnóstica e receita médica”, diz a médica.

Entre as plantas de prescrições médica exclusiva estão: Ashwagandha (Withania somnifera), Tribulus (Tribulus terrestres), Equinácea (Echinacea purpurea), Uva Ursi (Arctostaphylos uva-ursi), Cimicifuga (Cimicifuga racemosa), Ginkgo (Ginkgo biloba), Hipérico ou Erva de São-João (Hypericum perforatum), Kawa-kawa (Piper methysticum), Saw Palmetto (Serenoa repens), Tanaceto (Tanacetum parthenium) e Valeriana (Valeriana officinalis), entre outras.

Além dos medicamentos fitoterápicos, existem plantas com propriedades medicinais na forma de alimentos funcionais, como chás, infusões e suplementos alimentares, que têm por finalidade fornecer nutrientes e compostos bioativos com propósitos de prevenir doenças ou quando indicados, complementar tratamentos convencionais de doenças crônicas, mas não os substituir. Como a Cúrcuma (Curcuma longa), Alfazema (Lavandula angustifolia), Açafrão (Crocus sativus), Laranja (Citrus sinensis) e Coentro (Coriandrum sativum) são algumas dessas plantas. “Por conta própria, as pessoas podem ingerir só aqueles que estão na forma alimentar, como os chás, as infusões e as especiarias. Mas nos casos de sintomas ou sinais de doenças, um médico deve ser consultado”, diz a médica. “Lembrando que todas essas formas, mesmo as destinadas ao consumo alimentar, devem obrigatoriamente apresentar registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); esse dado deve estrar estampado na embalagem, a única forma de garantir segurança quanto à composição e os resultados desejados”, finaliza a Dra. Marcella.

FONTE:

*DRA. MARCELLA GARCEZMédica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez

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