Comportamento

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Culpa nos consome

Por Camilla Simões 19/05/2018

Você devorou um ovo (ou dois) na última Páscoa? Excedeu na coxinha do aniversário da sua prima? Saiu com as calças abertas do festival de comida japonesa? Encheu seu açaí de leite condensado? MEU DEUS! Como você pode ser tão… tão… NORMAL? Sim, normal. Você não é o primeiro a cometer excessos e muito menos o último! Todos nós já passamos por situações como as descritas acima e por muitas vezes fomos julgados, inclusive por nós mesmos.

A culpa que nos consome após um “desabafo alimentar” não é saudável. Para exemplificar, um estudo recente demonstrou que mais de 20% de crianças e adolescentes de uma escola no RS entre 11 e 15 anos possuem sintomas para algum transtorno alimentar. Isto é, 20 em cada 100 crianças ou adolescentes (atente-se a idade do estudo) possuem indícios de um transtorno alimentar. Este dado é alarmante, pois nos mostra como esta preocupação estética está afetando os seres humanos cada vez mais cedo.

Com a busca pelo corpo perfeito e o desejo de comer alimentos não tão saudáveis as pessoas tendem a ter um comportamento compensatório. Dentre estes comportamentos destacam-se aumentar a prática de atividade física, fazer jejum prolongado, não programado e não prescrito por um profissional capacitado, diminuir drasticamente e por conta própria as calorias ingeridas nos dias conseguintes à esta “jacada”, forçar vômito e deprimir-se, e muitas vezes, nos casos de depressão, há o consumo excessivo novamente destes alimentos gerando um ciclo vicioso, chamado este de compulsão alimentar. Nada disso é saudável. Culpar-se não é saudável.

Transtornos alimentares estão cada vez mais presentes entre nós e nossas crianças. Comida serve para nutrir, energizar e beneficiar nossa saúde. Mas comida também faz parte de comemorações, festas e prazeres. Não tem problema se a Páscoa foi um exagero, se você perdeu a mão na pipoca amanteigada do cinema ou se aquele bolo estava tão gostoso que você comeu três pedaços com os olhos, apenas siga o plano e reestabeleça o equilíbrio.

Não compense, não se culpe, não se julgue, não busque meios para compensar uma saída da dieta. Fazer jejum, treinar em jejum, diminuir as calorias são estratégias que precisam ser aplicadas com inteligência, não servem para amenizar a culpa ou reparar “os erros”. Coma com consciência, conheça cada vez mais sobre os alimentos, procure um nutricionista para te ajudar. Mas mesmo se tropeçar, continue a caminhada!

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