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Coronavírus: é seguro pedir refeições por aplicativos ou delivery?
30/04/2020Risco de contaminação existe se uma pessoa doente manipular a comida, mas aquecer ou reaquecer os alimentos é suficiente para diminuir a chance de contágio. De qualquer forma, é sempre mais saudável cozinhar seu próprio alimento.
Desde que os estudos indicaram que o Novo Coronavírus consegue viver até três dias em alguns materiais, as embalagens de produtos de supermercado viraram alvo de desinfetantes, água sanitária e álcool, na tentativa de afastar os riscos de contágio. Mas, será que devemos nos preocupar também com as refeições que pedimos por meio de aplicativos ou telefone em sistema de delivery? “Se uma pessoa doente manipula a comida, os riscos não podem ser descartados, mas aquecer ou reaquecer alimentos deve matar o vírus. Como regra geral, não vimos que a comida é um mecanismo de disseminação”, a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia. “Não há evidências de que a Covid-19 seja transmitida por meio de alimentos e, até onde se sabe, a comida não transporta o vírus. Um risco mais provável de contaminação está na embalagem”, diz a médica.
Segundo a médica, esse risco de contaminação da embalagem pode ser minimizado, esvaziando o conteúdo em um prato limpo, descartando a embalagem em um saco de lixo e lavando bem as mãos antes de comer. “Tire a comida do recipiente com uma colher e coma com garfo e faca, não com as mãos”, diz a médica. “No caso da compra de alimentos para cozinhar, as embalagens devem ser limpas com água e sabão, desinfetante, água sanitária ou álcool de limpeza 70”, explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia.
Apesar disso, a nutróloga argumenta que, no momento de isolamento social, o melhor a fazer é cozinhar seu próprio alimento. “Ao manipular seu próprio alimento, você tem a opção de fazer escolhas mais saudáveis, que são limitadas quando observamos um cardápio pronto de um restaurante. É mais fácil também dosar a quantidade correta ao cozinhar, já que há a preparação prévia de porções de comida do tamanho adequado para você. Pense em seu prato como se fosse um gráfico de pizza. O ideal é que 50% desse gráfico seja composto de vegetais e legumes, 25% devem ser proteínas animais ou vegetais e os carboidratos, preferencialmente complexos, compõem os últimos 25%”, diz a Dra. Marcella.
No geral, segundo a médica, as refeições disponíveis nos aplicativos ou serviços de delivery são lanches, frituras e alimentos ricos em carboidratos. “Dá para fazer boas opções, mas não temos a noção da real porção dos ingredientes de cada prato. Pode vir, por exemplo, arroz e batata demais, em detrimento de proteína, verduras e legumes”, diz a médica.
Segundo a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, uma forma positiva de lidar com o período de isolamento social é aproveitá-lo para criar novos hábitos mais saudáveis, como manter uma alimentação balanceada e cozinhar. “Esse é um bom momento para iniciarmos bons hábitos de vida e introduzi-los na nossa rotina. Isso ajudará muito, pois quando voltarmos à vida normal, estaremos mais dispostos a seguir com a vida saudável, o que pode trazer muitos ganhos e prevenir uma série de doenças”, afirma a cirurgiã plástica. “Por exemplo, você pode usar esse tempo de sobra que estamos tendo durante a quarentena para aprender a cozinhar e preparar refeições caseiras. Assim, além de comer mais saudavelmente, você ficará menos ansioso e mais relaxado, pois o hábito de cozinhar ajuda na redução do estresse”, diz a Dra. Beatriz.
Por fim, a médica nutróloga lembra que uma boa alimentação é essencial nesse momento, pois possui papel fundamental na manutenção e fortalecimento do organismo, sendo responsável por fornecer nutrientes essenciais para as funções orgânicas, inclusive as imunológicas. “Uma alimentação equilibrada, variada, colorida, com alimentos os mais naturais e funcionais possíveis, associada a uma hidratação adequada, certamente vai ajudar o organismo a ter respostas mais favoráveis do sistema imune”, finaliza a médica nutróloga.