A procura de um tratamento estético

Dr. Rodrigo Achilles 10/09/2018

Recentemente, algumas notícias nos jornais e televisões de todo o mundo preocuparam muito os pacientes que buscam por um tratamento estético. De repente, parece que tinha alguma coisa errada. Procurando um caminho mais curto e às vezes mais barato, muitas pessoas se aventuram por tratamentos vendidos em mídias sociais, prometendo a realização de um sonho que nem sempre acontece. Estes “profissionais”, com formações inadequadas e bons vendedores de sonhos, se escondem atrás de publicidades ilegais, expondo imagens de seus pacientes, se colocando entre os melhores e mais famosos, conseguem atrair milhares de pessoas para suas armadilhas, ficando cada dia mais populares até que o primeiro problema aparece, que vem seguido por uma avalanche de outros problemas.

Será que o exagero das publicidades tem atraído as pessoas a tomarem decisões erradas? Será que a vontade de ficar mais bonita deve ignorar os riscos? E sobre o local onde isso deve ser realizado? Será que deve ser lembrado que as cirurgias devem ser feitas em hospitais? Ou que lipoaspiração deve ser feita por um cirurgião plástico?

Claro que não. Acredito que todos tem uma boa noção do perigo que estas situações nos colocam. Mas a vontade de ficar bonita é irresistível e nestas horas que a vaidade dá lugar a vulnerabilidade de se entrar numa fria. Hoje, nos sites de busca se consegue respostas claras que podem nos mostrar os melhores caminhos. Cinco ou 10 minutos de busca podem evitar grandes problemas! Existem dois sites importantes para estas buscas: o site do Conselho Regional de Medicina (https://www.cremesp.org.br) e o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (www2.cirurgiaplastica.org.br/encontre-um-cirurgiao). Outra forma de conhecer os profissionais é através dos comentários feitos em suas paginas na internet e facebook, lembrando que a referência pessoal é fundamental checar as informações obtidas através da internet, onde pode ser escrito e falado o que for mais conveniente.

É verdade que existem vários profissionais que trabalham com a beleza: os maquiadores e cabelereiros, as manicures e tatuadoras, as esteticistas, biomédicas e fisioterapeutas, os farmacêuticos e os professores de educação física, os dentistas e os próprios médicos. Cada um em sua área de atuação. Respeitando seus limites, estes profissionais acabam completando uns aos outros.

Mas quando o assunto é tratamento médico, aqui vamos encaixar os tratamentos injetáveis (como a toxina botulínica e os preenchimentos), os peelings médios e profundos, os fios de sustentação e qualquer tipo de cirurgia, conhecer o médico é a primeira regra para ter sucesso no tratamento. A segunda preocupação dos pacientes deve ser a formação profissional do especialista. Os dermatologistas e os cirurgiões plásticos são as únicas especialidades que estão aptos aos tratamentos médicos estéticos. Estes médicos, além de terem uma longa formação, tem a capacidade de diagnosticar e tratar possíveis complicações sobre os tratamentos propostos. Isso parece claro, mas infelizmente não é. As notícias recentes provam isso com bastante nitidez.

Ser submetida a uma cirurgia em uma cobertura, a lipoaspiração feita por uma médica sem especialidade, a injeção de silicone industrial realizada por uma cabelereira, tratamentos médicos sendo feitos por não médicos, são apenas alguns exemplos deste assunto.
É isso, infelizmente podemos não ter direito à segunda chance quando ignoramos a segurança de um tratamento de saúde. As deformidades e o perigo que corremos nas mãos de pessoas desqualificadas podem ser irreversíveis. Pensem nisso.