Apartamentos & Casas
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O interior da casa: a base da vida de de cada um
05/04/2013
por: Jussara Di Leite Rodrigues
A história chinesa indica sempre uma força cultural sem precedentes no mundo ocidental, fruto de evolução social, política e militar que durou milênios. Se unirmos essas bases (Ocidente/Oriente), vamos observar um aspecto místico, somando a devoção religiosa e também uma sabedoria transcendental.
É interessante notar que, nesse aspecto, essa “mitologia do vazio” remete a uma ancestralidade, construída sob influência de monges, mas claro que todo esse conhecimento não chegava às pessoas mais comuns e que recebiam um “mero resumo dos temas” e tudo se transformava em superstição…
O uso das técnicas metafísicas eram tão secretas e importantes que faziam com que as pessoas soubessem o seu destino e manutenção de dinastias inteiras. Uma dessas técnicas se chamava Feng Shui, a Escola dos Ventos e das Águas, ou seja, a Arte do Bom Lugar.
Projetar de maneira adequada um local para morar poderia garantir excelente vida terrena e uma próspera continuidade genealógica. Muitos livros considerados sagrados foram queimados durante a revolução cultural e os mestres que conseguiram escapar com vida se esconderam em pequenos vilarejos ou fugiram para o Ocidente. Durante algum tempo, o misticismo chinês se tornou obscuro, e o pouco que se tinha notícia vinham das porcelanas Ming e da Arte em seda. Um dos aspectos da globalização pós-muro de Berlim foi o intercâmbio cultural.
A sabedoria oculta foi sendo divulgada aos olhos fascinados e palavras como I Ching, Tai Chi, Chi Kun e Kong Fu eram facilmente reconhecidas nas linguagens latinas. Uma abertura que permitiu ao Ocidente ter contato direto com os conceitos universais do Feng Shui propriamente dito e nas suas mais variadas técnicas e aplicações.
Muitas pessoas, alunos, ou em palestras me perguntaram o motivo de publicar “Feng Shui – a arte de viver feliz!” quando muitos outros já escreveram sobre o assunto. Mas, isso me faz rever que o desenvolver algo sobre a história da cidade de Santos, esse grande boom imobiliário, o viver este momento, o uso de crendices… dão lugar às técnicas práticas, estudadas, querendo acoplar a própria arquitetura, aos designers de interiores, que já estão na hora de entenderem essa linguagem como um complemento em um projeto…
Assim sendo, a expressão comum “casa saudável” remete, nos dias de hoje, a respostas rápidas, com isenção do morador e penduricalhos abstratos, como bolas de cristal e decoração com bambus.
Então, notamos que o termo qualidade de vida se torna sinônimo de atuação global e compreensão dinâmica das energias do Universo, cujo homem é aprendiz constante e parte fundamental.
É necessário, por conseguinte, um posicionamento d’alma, algo inerente ao “Ser” enquanto existência e manifestação; sem força de vida, sem saúde não há criatividade nem produtividade; e sem produtividade não há prosperidade.
E sobre isso, com absoluta certeza, o tradicional Feng Shui Chinês tem muito a nos ensinar. Isso com vinte e dois anos de estudo e experiência, eu posso garantir, pois a mudança é interior… a faxina pode até começar pela casa… Mas, já pararam para pensar quem é a casa senão a outra expressão de si?
De repente, mudando o espaço, as cores, os objetos ou a simples disposição de móveis, podemos estar abrindo caminhos para outras possibilidades ainda não vividas, mas talvez já muito sonhadas.