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Do espartilho à criação do bojo: cinco curiosidades sobre o sutiã

Por Redação 17/11/2020

A moda, além de ser um conjunto de opiniões e tendências de estilo, não deixa de ser um reflexo da sociedade. A lingerie é um dos segmentos que se encaixa nesse padrão, especialmente quando se pensa no sutiã. Para muito além de uma peça que pode levantar os seios, oferecer sustentação e aumentar a autoestima, a roupa também tem envolvimentos históricos, sociais e políticos.

Desde o uso de panos para cobrir o busto até a criação do sutiã com bojo, os detalhes e curiosidades sobre a peça e seus usos podem oferecer informações sobre o momento da história, assim como a posição e a importância da mulher na época em questão.

O primeiro “sutiã” tem milhares de anos

Quando se fala na peça íntima, a imagem que pode vir à mente é de um sutiã de renda, com alguma cor básica. O primeiro protótipo de sutiã, entretanto, é bem diferente do modelo atual.

Pinturas gregas, do primeiro milênio, mostram mulheres com panos ao redor dos seios. Apesar de não ter sido uma peça de roupa constante – há épocas de grande uso e momentos em que não aparece tanto -, acredita-se que o tecido era usado para achatar o busto, facilitando movimentos ao longo do dia.

Pinturas históricas mais antigas indicam ainda que mulheres escravizadas permaneciam com os seios expostos, mesmo quando o objeto era usado por outras, indicando diferenciação por status.

Coco Chanel influenciou no uso

Ainda com grande influência do espartilho, os sutiãs no início da década de 1920 tinham propósito de levantar os seios, deixando-os maiores e mais avantajados. Como consequência, as peças mais usadas eram apertadas.

Na época, a criadora de moda Coco Chanel foi uma das primeiras a revolucionar o uso. A estilista incentivou a produção de sutiãs que achatavam os seios, deixando o corpo mais próximo do masculino.

A francesa também é conhecida por popularizar o uso de calças pelas mulheres, além de pensar em roupas e acessórios mais práticos, que permitissem que a pessoa se mexesse livremente.

Criação dos modelos com bojo

Não demorou muito para que a preferência por bustos avantajados voltasse a aparecer na moda. Por volta de 1930 e 1940, começaram a ser produzidos peças com bojos e enchimentos, para intensificar a sustentação do sutiã e aproximar os seios, dando a impressão de serem maiores.

Na mesma época, tornava-se popular o estilo pin-up nos Estados Unidos, que incentivava modelos com curvas, em poses sensuais. Muitas das peças íntimas voltaram a se inspirar fortemente no espartilho e em roupas que acentuassem os seios. Dessa forma, o modelo de bojo encaixava-se nesse propósito.

A queima dos sutiãs

A queima dos sutiãs na lata de lixo é um grande marco para o movimento feminista da década de 1960. Entretanto, o dia em questão, conhecido como parte do “Women’s Liberation Movement”, em setembro de 1968, foi muito além da destruição da peça.

O propósito era colocar fogo em diversos objetos que representassem a opressão feminina. Revistas de moda, maquiagens e cosméticos também foram para a lixeira. O protesto ocorreu durante um concurso de Miss América, que visava eleger a mulher mais bela do país.

Após esse grande movimento, empresas de lingerie perceberam a importância de priorizar o conforto nas peças íntimas. A partir daí, sutiãs mais largos e práticos foram ainda mais comercializados pela indústria.

Foto: Sacoleira Chique/Reprodução

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