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Beleza real é a nova demanda da cirurgia plástica
20/05/2022Cirurgião plástico destaca busca cada vez maior por procedimentos que proporcionem uma aparência natural e respeitem o próprio biotipo
Marilyn Monroe e Gisele Bündchen, dois ícones da beleza feminina. Como imaginar que, em algum momento, elas não se encaixariam nos padrões de beleza? Pois é exatamente isso o que aconteceria em 1966, quando a modelo Twiggy, considerada a precursora da magreza na moda, estava bombando. A referência do que é considerado bonito pela sociedade muda na velocidade das transformações culturais e sociais.
Perseguir esse ideal sempre foi fator de pressão, especialmente para as mulheres. Isso não é novo, mas é legítimo, embora pouco saudável se em excesso. O que é surpreendente é o padrão de beleza dos tempos atuais, já que esse conceito nunca foi tão amplo e diverso.
“É bastante notório no consultório essa mudança no padrão de beleza almejado hoje pelas pacientes”, conta Leandro Faustino, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que complementa: “Há uma preocupação muito grande em alcançar resultados que pareçam naturais, ou seja, que realcem a beleza única de cada pessoa e suas características particulares. É a busca pela melhor versão de si mesmo, e não para ficar tão bonita como a supermodelo”.
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Imagem: Famoso símbolo de beleza nos anos 90, Pamela Anderson também optou por diminuir as próteses de silicone nos seios recentemente. Divulgação
Mudança de padrão ao longo dos anos
Nos anos 90, a atriz Pamela Anderson, de S.O.S Malibu, era um ícone de sensualidade. Esse foi o auge dos implantes de próteses de silicone nos seios e muitas mulheres optaram por seguir essa tendência. Mais recentemente, a própria atriz optou por reduzir a prótese, o que também aconteceu com outras celebridades por aqui, como Anitta e Xuxa, porque hoje o desejo é por resultados mais naturais. Estatísticas mostram que, somente nos Estados Unidos, em 2021, a remoção e substituição dos implantes de silicone aumentaram 32%.
Faustino acredita que manifestações, como o Movimento Corpo Livre também ajudaram a fomentar esse padrão baseado na beleza real. “O que começou lá no final da década de 60, como um movimento de maior aceitação do corpo que, não necessariamente, trazia medidas-padrão, foi reforçado pelo conceito de body positive, ou positividade do corpo, onde o foco está em reconhecer a beleza da diversidade, resultando nesse posicionamento atual de não mais aceitar pressões para se encaixar em um determinado modelo”, explica o cirurgião plástico.
Com a autoridade de quem lida no dia a dia com as expectativas alimentadas pelos padrões estéticos, Faustino vê com bons olhos essa transformação e as novas fronteiras que se abrem para que a cirurgia estética cumpra seu principal propósito: trazer bem-estar e confiança ao paciente.
” Pesquisas mostram que 50% das pessoas acreditam que a aparência física está relacionada à felicidade, o que é compreensível, porque é algo que influencia diretamente a nossa autoestima. Mas não podemos colocar essa felicidade em jogo, buscando padrões de beleza que, muitas vezes, não são nossos. A verdadeira contribuição é proporcionar um caminho saudável para que cada um se reconheça em sua beleza única e especial”, conclui.
Sobre o cirurgião plástico Leandro Faustino
Médico, CRM/SP 139.079. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica RQE 77583. Possui Mestrado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e formação complementar no Massachusetts General Hospital-Harvard Medical School (EUA). Instagram: @drleandrofaustino