Colunista

Mariana Crego

Arquiteta e Urbanista.

A influência da alimentação do ponto de vista da Arquitetura.

Mariana Crego 16/05/2019

Nessa edição de gastronomia, vale destacar de que maneira os alimentos que escolhemos influenciam na sustentabilidade mundial. E sim, tudo está muuuito conectado!

Primeiro de tudo, sustentabilidade tem a ver com equilíbrio, ou seja, uma dieta equilibrada não é saudável somente para nosso organismo, como faz uma enorme diferença no manejo ambiental, pois o solo passa a lidar com áreas menos extensas de monocultura e trabalha seus nutrientes de maneira mais balanceada. Ou seja, quando formular sua dieta, você também pode pensar no bem que está fazendo a tudo e a todos.

O que mais acontece? As monoculturas abrem porta para os plantios de agrofloresta, que já mencionamos aqui. Agrofloresta é quando plantamos uma série de itens juntos, formando assim um pequeno ecossistema mais rico naquele pedaço de terra, no qual as plantas, misturadas, acabam auxiliando o crescimento umas das outras e não esgotam o solo da maneira que uma única espécie sozinha, esgotaria. Há casos ainda, em que elas podem servir de repelente para as pragas umas das outras.

Além disso, a alimentação orgânica, tem uma série de restrições, que já são bem conhecidas, como não usar agrotóxicos, sementes transgênicas, adubos químicos e hormônios em animais, visando a não poluição ambiental e o respeito das relações sociais. Isso abre caminhos para pequenos produtores e novos profissionais, que buscam um nicho diferente e até novos produtos ‘gourmet’.Porém, é importante lembrar que não é qualquer orgânico que deve ser ingerido. Assim como acontece com os materiais de obra, que temos de rastrear sua produção para validar seu impacto ambiental e sua composição, o mesmo vale para os alimentos. Deve estar na embalagem, a origem e toda sua rastreabilidade e procedência, para indicar que realmente é um alimento saudável, que recebeu correto manuseio e supervisão. (Alguns mercados brasileiros, já estão até organizados para levar seus consumidores para visitar as fazendas de produção).

Assim, partindo do ambiental para o social, além de influenciar de maneira positiva o mercado, favorecer o bem-estar dos animais e criar novos nichos de mercado, como arquiteta, posso dizer o quanto o que escolhemos em cada refeição, auxilia (ou não) no meio ambiente e em outras áreas de atuação.
O ser humano, uma vez que se preocupa com o que ingere, passa a se preocupar com o reflexo de suas atitudes, a procedência de suas vestimentas (mercado da moda), atividades de bem-estar (mercado de aulas e esportes), ética profissional, eficiência energética de sua habitação, emissão de CO2 de seus passos….até um imenso ciclo, que conecta todos os mercados e cujo fim se torna cada vez melhor e mais consciente. Portanto ao invés de dizer: ‘Você é o que você come’, eu diria que o seu mundo e o mundo dos outros são reflexos do que você come. Ou seja, a responsabilidade e os efeitos são muito maiores.

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