Comportamento

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Vivian Brum Cantarelli: Os braços de uma guerreira

Por 09/11/2012

Mãezona, empresária competente e muito ligada à família, Vivian Brum Cantarelli é uma verdadeira guerreira, cheia de parceiros dispostos a ajudar a cada novo projeto que ela ambiciona. Descubra mais sobre o sucesso de Vivian em todos os campos de sua vida.

por: Guilherme Zanette
fotos: Cristiano Domingues

As lágrimas caem quando fala do filho. Vivian Brum Cantarelli, proprietária do China in Box (unidades Santos e São Vicente) demonstra ser aquela mãe rara, apegada, que gosta de abraçar, de estar junto, de fazer parte de muitos (todos?) momentos da vida do Gabriel, seu filho de 12 anos. A empresária tem a consciência de que cada período com ele é especial por si só, mas gostaria de dispor de mais tempo para ficar com o filho. “Sempre fui e sou mãezona. Assim, de colocar embaixo da asa mesmo. Mas eu sinto que sou uma mãe ausente. Por mim eu colocaria uma mesinha no escritório para ele ficar comigo aqui, sabe?”, comenta ela, ainda com os olhos lacrimejando.

Para dar conta de trabalhar, ser mãe, mulher e visitar a família, Vivian conta com a ajuda de pessoas que ela considera como parceiros. “Para ser mulher polvo, você precisa de muitos braços, que são as pessoas que vão te ajudando. Estou no China, abri a segunda unidade. Estou em Santos, mas minha família toda é de São Paulo e eu só estou aqui porque eu formei parceiros. Meu marido, minha mãe, meus funcionários, as pessoas que trabalham comigo cuidando do meu filho, todos esses são meus braços. Com ajuda, dá para fazer tudo. Sozinha, sei que não conseguiria”, confessa, percebendo que o valor de uma pessoa dinâmica não está na quantidade de coisas que ela pode fazer, muitas vezes ao mesmo tempo. Está, contudo, na qualidade e quantidade de ajuda que ela consegue para dar conta de fazer tudo. E é aí que surge a guerreira e super organizada Vivian.

Menina arteira, que aproveitou a infância de maneira livre, sem pensar nas responsabilidades do futuro, Vivian carrega consigo o brilho nos olhos de quem está sempre atrás de um novo projeto, exatamente como uma criança na busca de uma nova brincadeira. “Eu não vivia pensando no que viria a ser. Eu pensava que naquela hora eu ia descer para brincar e às 22 horas eu tinha que estar em casa. Eu aproveitei muito a minha infância”, lembra ela, que viveu em um condomínio em São Paulo. “Tinha tudo lá dentro: playground, piscina, quadra. De manhã tava todo mundo na piscina, de noite na quadra para brincar de pega-pega, de queimada. Eu vivi muito isso, embora morasse em São Paulo”, completa. Aos 17 anos, quando estava próxima de realizar o sonho de fazer Pedagogia, para no futuro lidar com crianças, seu pai faleceu. “Financeiramente foi ele que me bancou. Aí eu não fiz faculdade. Mas eu queria ser pedagoga. Tem dias que eu penso ‘ai, podia estar na escolinha agora…’”, conta sorrindo.

Apesar da pouca experiência de vida, Vivian não se fez de rogada quando ganhou um dos maiores presentes (e, sem dúvida, a maior responsabilidade) de sua vida: seu filho. Ela trabalhava como modelo fotográfica antes do nascimento do filho. “Eu vivia em agência, indo para eventos, feiras, participando de stands”, conta ela, que na época tinha 20 anos. “Quando engravidei, eu tinha fechado época de inverno em Campos do Jordão, o mês inteiro. Ia ganhar muito dinheiro e ainda curtir Campos do Jordão. Aí fiz o teste e passei. E no dia seguinte, percebi que estava acontecendo alguma coisa comigo. Quando vi, eu estava grávida. Aí foi aquele boom na cabeça e minha vida mudou. É uma responsabilidade que me foi dada. Sempre fui louca por criança. E sempre quis ter filho, meu sonho de criança era ser mãe”, relembra. “Mas para mim, foi tudo muito novo. Porque um pouco antes dele nascer, fui morar com o pai dele. Então assim: eu tinha tudo na minha casa, não precisava cozinhar, passar, lavar um prato… e fui educada assim. De repente, cheguei na minha casa e tinha que arrumar a cama, fazer a comida, esperar o marido chegar… eu falei ‘não, quero trabalhar’”.

Os pais de seu ex-marido tinham o China In Box, que há 13 anos não era tão conhecido quanto se tornou atualmente. “Eu também nem sabia o que era. Para mim era um restaurante e só. E eles começaram a trabalhar com outro restaurante e foi onde eu entrei no China. Isso foi quando o Gabriel estava com um ano. Doze anos atrás. E eu me apaixonei, me identifiquei, me encontrei”, confessa. Quando veio para Santos, abriu a franquia da marca e aos poucos foi formando sua vida aqui. Fez faculdade e experimentou um dos momentos mais corridos e difíceis de sua vida. “Fiz Administração, Gestão Empresarial. Comecei a fazer na teoria algo que eu fazia na prática. Então casou bem. Mas eu estava surtando. Também nessa época eu estava abrindo o China aqui na Tolentino, então foi difícil conciliar”.

Só que com a ajuda do atual marido, Rodrigo Dias Vieira, proprietário do Brasil Bartender, e da mãe, que mudou para Santos para apoiar a filha única, tudo deu certo. Aliás, os dois foram, juntamente com o filho, as pessoas que Vivian mais citou quando quis se referir aos cúmplices e parceiros. “O Rodrigo passou por todos os processos mais significantes da minha vida, de tudo aquilo que eu vim projetando lá de trás, de São Paulo para Santos, foi um projeto, uma escolha, deixei muitos amigos… e deixei tudo isso para viver o lado da empresa. E quando o conheci, ele pegou muitos momentos significantes. Quando abri esse China, ele foi essencial para mim. Ele tem o negócio dele, mas realmente veio para ajudar. É uma pessoa que anda do meu lado. Um sempre acompanhando o outro. Isso é raro e muito bacana”, comenta.

E sobre a mãe: “Ela tem até um excesso de zelo. Aos 17 anos quando meu pai faleceu foi um baque para ela por ter que me educar só. E depois de um ano que eu vim para Santos, ela vinha nos finais de semana e achava uma tortura ter que subir e eu ia para lá e achava uma tortura ter que descer. Aí, ela veio morar aqui; veio para cuidar do meu filho enquanto eu estudava, uma verdadeira parceira.”

Com a segunda unidade em São Vicente, mais um projeto se realizou. Mas isso não é suficiente para Vivian. Sedenta por desafios, ela gosta de se dedicar inteiramente a cada um deles. “Quando estou em um projeto, parece que eu tenho que dar um tempo em algumas coisas e vivenciar aquilo de cabeça. Não que eu pare de fazer os outros. Mas diminuo um pouco a rotação daquelas e foco em uma só”, afirma.

Vivian se sente realizada com o que conquistou. A empresária ama viajar e considera essa a maior compensação do trabalho. “O que mais gosto de fazer é viajar, nem que seja para São Paulo. Amo arrumar mala. Viajar começa ali. Na verdade, a viagem é o que você faz antes e o que ela te traz depois. Meu lazer é viajar com a família, com o Rodrigo”, conta. Além disso, ela considera a leitura algo muito importante. “Meu hobby é ler. Amo ler, assino revistas e mais revistas e adoro um bom livro”, completa.

Apesar de não saber lidar com perdas e odiar as injustiças da vida, ela é categórica: “Eu amo a minha vida como ela é”. Com os olhos ainda em lágrimas, Vivian agradeceu a entrevista porque parou um momento para refletir sobre sua vida, um exercício bom, segundo ela. Ao final, nos confidenciou que apesar de ter vários braços, ela queria mesmo era ser várias Vivian e poder ter todos os sentimentos e vivenciá-los por inteiro, aproveitando cada momento com o filho (“minha fortaleza”), com o marido (“meu maior parceiro”), com a mãe (“meu apoio”) e com todas as outras experiências que só quem está disposto — como Vivian — pode viver.

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