Aprender a enxergar

Por Clara Monforte 09/11/2015

“Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem… O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido.” (Rubem Fonseca)

E assim segue a vida… Sempre aprendendo o que nos ensinaram e ensinando, que é a melhor maneira de aprender. A pergunta é: “O que ensinar e o que aprender, por exemplo, sobre educação na turbulência dos dias atuais, no momento em que é nítida a inversão de valores?”.

Explico a dúvida: quando criança, o “dar educação” era exercitado pelos pais… agora não! É delegado aos professores! Na adolescência, a cada ano vivido, crescia algo chamado “respeito”, crescia a compreensão pelo ditames dos mais velhos e daí a responsabilidade… Agora não! Nem pensar!

Aos 12, 13, 14 anos, salve-se quem puder! Isso significa que o educar da infância não foi verdadeiro e vai se criando a “bola de neve” cada vez maior e mais distante do que seria um futuro brilhante.

Falam os educadores modernistas que é proibido dizer “não”! Como assim? O mundo responde e corresponde com um milhão de “nãos”! Então, por que não?

Educar a estudar na hora certa, a conversar e passear com amigos no momento e local corretos… Será isso possível ainda? Agora não! É a era da informática, dos computadores, da revolução da mídia! É a hora do Google, que apenas informa, não instrui.

Por que não aprender a enxergar? Comodismo ou falta de percepção da realidade?

Educar é amar! As palavras construtivas melhoram a visão, fazem ver o exato lugar dessa que é hoje uma das maiores carências do país: a educação!

O fato é que existem duas fases na vida da pessoa: antes e depois da educação! A formação educacional é um caminho a ser percorrido dia a dia, sem pressa, em qualquer idade e por todas as pessoas. E quando isso não ocorre, é melhor não contar com um futuro brilhante, de gente que enxerga, ou melhor, que aprendeu a enxergar rumo ao crescimento, às mudanças e às tão necessárias melhorias. Acho que é por aí…