Ah, as emoções!

Por Clara Monforte 15/05/2016

Os dias correm como trens-bala sobre os trilhos, competindo com o vento. As emoções, no entanto, ficam estacionadas em nossa mente e, algumas, as mais especiais, em nosso coração.

Feliz de quem consegue, pouco a pouco, expurgar as que não trazem alegria, nem tampouco… prazer! É um trabalho diário que vale a pena exercitar, na certeza de que é possível dar a ela, às más emoções, o desprezo necessário.

Nesse frenesi do tempo, há pouco tivemos o Carnaval, a festa brasileira mais popular que existe. Somos carnavalescos na essência. Mal acaba o do ano, a agitação já dá passagem ao próximo… repicam os tamborins que se recusam a calar. O samba não pode parar!

Os fogos emocionam, ainda mais, quando explodem coloridos, fortes, efervescentes e… damos o primeiro passo adentro à Marquês de Sapucaí. Como pode? Um percurso de mais de 700 metros não cansar? É só energia… É só amor que brota dos pés saltitantes, que dançam e pulam pelo menos uma vez ao ano, abraçados pela euforia e calor da plateia democrática… amor no coração dos que adoram a música, a alegria, o sorriso nos rostos, as cores estampadas nas fantasias minuciosamente criadas e confeccionadas durante o ano todo para encantar, nem que por alguns instantes, o sofrido povo brasileiro… e também o mundo inteiro, que vê o espetáculo pelas redes sociais.

Esses dias de folia são uma trégua, um alento, uma felicidade única para os menos abastados. E, para alguns privilegiados, é a confirmação de que a vida é uma alegoria. Assim deve ser! Por que comecei falando de emoção? Porque essa festa é a tradução desse maior sentimento! Este ano tive o prazer de desfilar pela escola de samba Grande Rio que homenageou a nossa Santos, mas tenho que confessar… “Me leva que eu vou, sonho meu, atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu!”.

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